terça-feira, 11 de agosto de 2009

Criador da FedEx é eleito o executivo do ano nos EUA.

E pensar que os professores de economia, na universidade de Yale, o achavam medíocre

A história de Frederick Smith, 60 anos, fundador, presidente e principal acionista da Federal Express Corporation (FedEx), certamente daria um filme. Ele sobreviveu à Guerra do Vitenã (onde serviu como fuzileiro naval de 1966 a 1970) e também ao ceticismo dos professores do curso de economia da Yale University, que deram a ridícula nota C para seu trabalho de conclusão de curso, no qual propunha a estruturação de um serviço de entregas aéreas urgentes.

Pior para os professores de Yale. O negócio idealizado pelo jovem estudante saiu do papel em 1971 e não levou muito tempo para se transformar a maior empresa do planeta no setor de encomendas expressas, com receitas de US$ 24,7 bilhões. Smith, que acaba de ser eleito o Executivo do Ano pela americana CEO Magazine, ainda não teve a vida contada por Hollywood, mas conseguiu colocar a companhia no centro da narrativa de Náufrago. No filme, o funcionário da FedEx, Chuck Noland, personagem vivido por Tom Hanks, sobrevive por longos 1.500 dias em uma ilha deserta do Pacífico depois de escapar à queda de um avião que trazia na fuselagem um reluzente logotipo da FedEx. A brutalidade da cena, garante ele, não arranhou a imagem da corporação, como temiam alguns diretores. “Concordamos em participar porque o filme mostrou que, a exemplo dos nossos funcionários, o personagem não mediu esforços para exceder às expectativas dos clientes”, disse Smith à DINHEIRO. Filho do dono de uma pequena empresa de ônibus e neto de um oficial de máquinas da marinha mercante, pode-se dizer que a área de logística está gravada em seu DNA.

E é exatamente nesse segmento, que responde por 92% dos ganhos, que a FedEx pretende investir a maior parte dos US$ 2,1 bilhões reservados para 2005. Os recursos vão ser gastos na ampliação da estrutura operacional que dá suporte à frota de 71 mil caminhões e 649 aeronaves. Para atuar em 215 países, a companhia conta com 245 mil funcionários. Pelo centro de distribuição de Memphis (EUA), onde fica a sede da empresa, transitam em média 5,5 milhões de pacotes por dia. Mas isso não significa que Smith esteja alheio às oportunidades que surgem pelo caminho. Seu mais novo xodó é a rede Kinko’s, pela qual pagou US$ 2,4 bilhões à vista em fevereiro deste ano. Trata-se de uma poderosa rede global de 1,2 mil lojas que inclui a venda de material de escritório, serviços de gráfica rápida e laboratório fotográfico, rebatizada de FedEx Kinko’s. “Somente em 2005 planejamos abrir 70 unidades em todos os continentes”, adianta Smith. O Brasil, por hora, não figura nessa relação, de acordo com Guilherme Gatti, diretor de marketing da subsidiária.

Isso, contudo, não significa que o País esteja fora dos planos expansionistas da FedEx, que aterrissou por aqui em 1989. “Graças a acordos com transportadoras locais já cobrimos 2.850 cidades brasileiras”, destaca Smith. Com sua filosofia baseada no tripé pessoas-serviços-lucros, ele transformou a FedEx em uma potência e se firmou como um administrador competente. Nada mal para quem foi considerado um aluno mediano pelos professores de Yale.

Aviões
649
cargueiros trazem a bandeira da companhia

Caminhões
71
mil veículos espalhados por 215 países

Fonte: IstoÈ dinheiro