domingo, 27 de março de 2011

Livros

A melhor tradução do sucesso da escola está num número: 70% dos alunos entram na faculdade


ERAM VÁRIAS filas de meninos e meninas, quase todos negros e de famílias pobres, que organizadamente saíam da escola. Um detalhe fez com que essa fosse para mim uma das mais inesquecíveis imagens de indivíduos que se transformam, apesar de todos os obstáculos, em seres apaixonados pelo prazer de aprender.

Muitas daquelas crianças, embrulhadas em imensos casacos e carregando pesadas mochilas, tinham dificuldade de caminhar. E por um simples motivo: estavam entretidas lendo livros enquanto andavam. Nem quando desciam as escadas interrompiam a leitura, segurando o corrimão com a mão livre.
Naturalmente, ninguém tinha pedido a eles que lessem coisa alguma, afinal isso seria um convite a tropeções.
A imagem se torna ainda mais interessante quando sabemos que o bairro onde fica essa escola em Nova York, chamado Crown Heights, é povoado de gangues, drogas, casos de gravidez precoce e famílias desestruturadas. A maioria dos adolescentes não consegue completar o ensino médio e os que conseguem têm notas ruins, o que os impede de ir para as melhores faculdades.

Não é difícil entender a cena quando se está sentado diante do diretor dessa escola pública, chamada Always Mentally Prepared Academy (traduzindo livremente, Academia das Mentes Sempre Preparadas).
Negro, com cabelos trançados, Ky Adderley foi treinado durante um ano em algumas das melhores universidades americanas para desenvolver a habilidade de gestão. Assim, aprendeu a recrutar equipes, estimular os professores, economizar dinheiro e trabalhar com metas. "As notas não são minha grande meta, apesar de serem o jeito de sermos avaliados. Nossos alunos têm notas altas. Minha meta é que sejam pessoas autônomas e com gosto por aprender."
A melhor tradução do sucesso dessa escola está num simples número: 70% dos alunos conseguem entrar na faculdade.

Desde o primeiro dia na escola, a criança recebe uma camiseta com um número grande escrito nas costas. É o ano em que ela vai entrar na faculdade. "Não é apenas o estudante que entra na nossa escola. A família entra junto", conta Ky, dizendo que é feito um trabalho especial com os pais para compartilhar os desafios.
As salas de aula têm nomes de universidades. Durante os feriados ou nas férias, são programadas viagens para várias dessas instituições.

Como está numa escola pública independente (recebe dinheiro do governo, mas pode escolher o currículo e os professores), Ky pode demitir o professor que não funciona.
Muitas vezes, ele fica no fundo da sala assistindo às aulas e, depois, conversa com os professores para ajudar a explicar as matérias. "Como sempre gostei de esporte, trouxe esse técnica inspirado nos técnicos", conta.
No dia em que eu estava lá, ele protagonizou uma cena insólita. No fundo da sala, Ky dava dicas em tempo real usando um quase imperceptível microfone para se comunicador com o professor, que tinha um receptor no ouvido. "Aprendi que, se cuidamos diariamente dos pequenos problemas, mesmo que pareçam insignificantes, eles não ficam grandes."

Os sinais da busca da excelência, da necessidade de esforço e do encanto do aprender estão em todos os lugares. Estão nas salas arrumadas e coloridas, estão nos corredores onde se pode ouvir tanto o som de jazz contemporâneo como obras clássicas e até música brasileira. "Sou louco pelo Brasil, especialmente pela Bahia."
As paredes dos corredores estão forradas de frases e ensinamentos de pensadores e escritores, como se fossem um livro aberto.

Assim, fica fácil explicar aquela cena na fila: se o livro entra vida das pessoas, as pessoas entram na vida dos livros.

PS- Uma ironia. Naquela escola, existe um professor baiano (Sabiá Silveira) que dá aula de capoeira. Ele transformou nossa luta-dança em fonte de ensinamentos sobre diversidade cultural, equilíbrio emocional, física e geometria. Ainda dá aula de português. Tive de viajar para tão longe do Brasil para ver o melhor uso da capoeira na educação.

Fonte: Folha (Gilberto Dimenstein)

terça-feira, 22 de março de 2011

Renault do Brasil e cliente chegam a acordo

A Renault do Brasil informou, na noite desta terça-feira, que entrou em acordo com a proprietária insatisfeita de um Megane que fez campanha na internet para reclamar.

Em nota, a empresa disse que "o caso chegou a uma conciliação após encontro entre representantes da empresa e da consumidora".
A companhia afirmou ainda que "reconhece que houve falhas em seus procedimentos internos e lamenta o acontecido".
Mas destacou que "sempre buscou, junto aos representantes da cliente, uma solução conciliadora".
No mês passado, a consumidora fez queixa no Twitter e no Facebook, com vídeo postado no YouTube, sobre defeito no automóvel e a negligência da empresa em reparar ou trocar o veículo, mesmo dentro do prazo de garantia.
A Renault chegou a obter na Justiça uma liminar para que o conteúdo do site da cliente fosse retirado do ar.
Em janeiro, um consumidor conseguiu trocar uma geladeira Brastemp com defeito por uma nova, depois de 90 dias de contenda com a empresa. Sua campanha no Twitter, "A Brastemp não é uma Brastemp", que incluía um vídeo, ganhou repercussão entre os internautas.

Fonte: folha online 22/03/11

Classe C já representa 53% da população brasileira

A camada social incorporou 19 milhões de brasileiros em 2010, que antes pertenciam à classe D/E. Desta forma, a classe C continua com o posto de maior do País, com 101,65 milhões de pessoas, o que representa 53% da população total do Brasil (191,79 milhões). Os dados são do estudo "O Observador Brasil 2011", da Cetelem BGN. 

Já a classe D/E é a segunda com maior número de pessoas – 47,90 milhões de brasileiros compõem as camadas sociais mais baixas. O estudo aponta ainda que 12 milhões de brasileiros migraram para as classes A/B no ano passado, que hoje conta com 42,19 milhões de pessoas. 

Juntas, as classes A/B e C passaram a representar, no ano passado, 74% da população. Em 2005, as classes correspondiam a 49% do total de brasileiros.

"Antes tínhamos uma pirâmide social, hoje temos um losango, com 25% da população nas classes D/E, 21% nas classes A/B e uma classe C mais ampla, com 53% da população", afirma Marcos Etchegoyen, presidente da Cetelem BGN.

O estudo mostra que a renda média da população de todas regiões e camadas sociais aumentou expressivamente. O destaque ficou para as classes D/E, que registrou um valor 48,44% maior que em 2005, com renda familiar média de R$ 809. A renda das classes A/B ficou em R$ 2.983 e da C em R$ 1.338.

O levantamento indica também que a população continua otimista em relação ao desenvolvimento do País. Mais da metade dos brasileiros acredita que a qualidade de vida, o poder de compra e os investimentos no Brasil irão crescer.

Um maior crescimento econômico, em comparação com os avanços alcançados em 2010, é a expectativa de 60% dos entrevistados. A pesquisa mostra ainda que a população espera também mais consumo (53%), mais crédito (52%) e o PIB em alta (39%). 



Fonte: Infomoney

segunda-feira, 7 de março de 2011

As megas livrarias nos EUA lutam para sobreviver

A Borders, uma das maiores livrarias dos Estados Unidos decretou concordata na semana passada, fechou 200 lojas demitiu um terço dos funcionários e está em estado terminal. A Barnes&Nobles corre o risco de seguir o mesmo caminho.

São quatro os fatores apontados para o enfraquecimento das livrarias nos EUA. O primeiro deles é a difusão do e-readers xomo o kindle e o IPad. Segundo a Amazon, são vendidos 115 livros virtuais para cada 100 impressos. A venda de livros virtuais para e-readers cresceu 164% em dezembro de 2010 em relação ao mesmo período de 2009.

O segundo fator que tem afetado as vendas de livros impressos pela internet. Em vez de ir aé uma loja comprar um titulo, consumidores passaram a encomendá-los nos sites da Amazon e da própria Barnes&Nobles. No Brasil a venda de livros via internet é o segundo produto mais vendidos, segundo o site e-bit.

Um outro fator importante para o desencadeamento dessa situação da livrarias americanas, foi a entrada de hipermercados como o Wall Mart no mercado de livros, com vendas nas lojas e on line.

E o quarto fator apontado é a má administração das livrarias. As livrarias demoraram a perceber a nova tendencia dos e-readers e vendas on line. A Bordes lançou o e-readers denominado Kobe, mas pouco conhecido dos leitores. A Barnes&Nobles lançou um Nook, que apesar de ter mercado maior que o Kobe, perde para o Kindle e IPad.

Estamos presenciando com as livrarias o que aconteceu com as lojas de CDs, disco de vinil, revelação de fotografias.

Fonte: Estadão 08/03/11

Mulheres empreendedoras - Elas são donas do negócio.

O número de mulheres brasileira que estão à frente do próprio negócio é maior que o de homens. Pesquisas mostram que 53% dos negócios em  funcionamento estão nas mãos de mulheres. 

A ascensão das pequenas empreendedoras está mostrando ao mercardo que as mulheres tem perfil diferente na hora de tocar o próprio negócio.Segundo Enio Pinto, gerente de Inovação do Sebrae Nacional, elas são mais cuidadosas. Analisam e planejam melhor as oportunidades antes de se lançar na empreitada. E são menos imediatistas: tem mais persistencia para esperar que o investimento comece a gerar lucro.

As novas empresárias também foram espertas ao tirar proveito do bom momento da economia brasileira nos últimos anos. Mulheres da classe C perceberam o aumento da renda entre as amigas e suas familias e enxergaram a oportunidade de explorar a sede de consumo da nova classe média brasileiro.

Fonte: Revista Época - edição 668