terça-feira, 13 de outubro de 2009

Suicídios na France Telecom.

Tem chamado a atenção o drama vivido pelos funcionários da France Telecom. Desde de 2008, cerca de 24 funcionários preferiram a morte a trabalhar na France Telecon, e aproximadamente uma dezena tentaram e não tiveram sucesso. O que tem sido tema de reportagens nas revistas Exame e Época.

Com o processo de reestruturação da empresa liderado por Louis-Pierre Wenes, que foi demitido recentemente, 22 mil empregos foram ceifados, estabelecendo um clima de pressão, estresse e insegurança muito grande na organização.

Verifica-se esse fenômeno em outras partes do mundo. No Japão recebe o nome de Karoshi, Calcula-se, segundo a reportagem da revista Época, que cerca de 300 japoneses morram por ano vitimas do Karoshi.

Aqui no Brasil quem abordou esse tema foi Maria Aparecida Rhein Schirato, que é filosofa, professora e especialista em recursos humanos, publicou o livro FEITIÇO DAS ORGANIZAÇÕES: SISTEMAS IMAGINÁRIOS, que aborda as situações vivenciadas por trabalhadores em um período de reestruturação. Relatando inclusive sua experiência como consultora que trabalhou no período de reestruturação da Embraer.

Ela aborda no livro o quanto é doloroso o momento do desligamento do trabalhador da empresa em que está atuando. Explora, ainda, as relações domésticas e afetivas do trabalhador e sua família. Ela inicia o livro citando Charles Chaplin, no último discurso de O grande ditador: “Não sois máquinas! Homens é o que sois!”. E destaca que “Empresa não é família. Aliás,não conheço nenhuma família que corte 20% dos membros quando entra em crise. Família divide o bife, põe mais água no feijão e não demite filhos”.